sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FÉ E CONVERSÃO

Por natureza somos dotados pela capacidade de acreditar, do contrário não teríamos crescido humana e intelectualmente em nosso processo evolutivo. Essa capacidade de acreditar possui um nome próprio: Fé – “Dom de Deus” (cf. Ef 2,8), a “capacidade de crer naquilo que não se ver...” (cf. Hb 11,1). Essa fé deve nos motivar a viver de acordo com que acreditamos, provocando em nós uma conversão tanto espiritual quanto intelectual. Pois sem essa fé seguida da conversão participaríamos de uma ideologia, onde Deus seria apenas um “milagreiro” ao nosso dispor.
Muitos que se dizem cristãos vivem mergulhados em uma “espiritualidade infecunda” motivada pelo emocional, em momentos de histerias coletivas - motivados por gritos e fundo musical. Erroneamente, muitos destes ainda estão confusos, imaginando que mudanças de hábitos externos possam caracterizá-lo como convertidos. Porém, a conversão não é apenas um fato, mas um processo. Um processo que vai além de mudanças de atitudes. Assim, a conversão torna-se fruto da Fé – originada da capacidade racional de nós, seres humanos – por isso aquela abrange muito mais que mudanças de atitudes, mas também mudanças de pensamento. Fazendo com que o convertido viva motivado pelo que acredita.
No trecho do Evangelho de Mateus, onde Pedro caminha pela águas, seguindo uma ordem de Jesus (cf. Mt 14, 24 – 28), temos a figura de um homem que movido por uma fé, e desconsiderando seus conhecimentos natural de pescador, lança-se a caminhar sobre as águas como se caminha-se sobre a terra firme (fato fisicamente impossível). Quando o mesmo começa afunda pede que Jesus o salve. No entanto Pedro sendo um “nadador nato” não precisaria ser salvo por um “carpinteiro”, mas naquele momento o mesmo quis ser salvo a maneira de Jesus. Quando renunciamos nossos meios de salvação e escolhemos ouvir a voz do senhor isto é fé. Porém, a verdadeira Fé nos leva a buscarmos e acreditarmos em situações humanamente improváveis. É justamente, nesse momento que percebemos que nossas idéias podem ser modificadas, pois não estamos atados a teorias humanas ou leis naturais, mas envolvidos por um desejo de nos entregar e nos deixarmos moldar por Jesus. Quando chegamos a esse ponto, podemos perceber que a nossa condição humana está além daquilo que vemos e tocamos.
Portanto, a verdadeira Fé consiste em nos levar a uma verdadeira conversão – não apenas uma mudança de comportamento, mas uma mudança de pensamento. Uma Fé oriunda da natural capacidade humana de racionalizar aquilo que está ao seu redor, não buscando suas respostas apenas no que pode ser humanamente explicado. Que leva ao homem a voltar-se para o seu Criador, Senhor e Salvador.

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